sábado, 3 de agosto de 2013



A Educação no século XXI: um continuar fazendo história

Luciane P. Cunha Rossi*
A Ciência não começa com aparelhos; ela começa com os olhos, curiosidade e inteligência.
Rubem Alves
Ao navegarmos pela história da Pedagogia, Ciência da Educação, encontraremos, entre todos os seus autores, a afirmativa de que “a Escola e a Educação são reflexos do mundo em que vivemos”.
Há muito se fala em “Educar para a vida”. Na Grécia Antiga, berço da Pedagogia, o objetivo educacional foi a formação de guerreiros: homens fortes e sábios na arte da luta.
No Brasil, na época do descobrimento, o propósito educacional foi a catequização dos índios, cujo objetivo era “aculturá-los”. Durante o processo de colonização, a educação do escravo constituiu-se de modo a atender às necessidades feudais. No período da Ditadura Militar, a finalidade do processo pedagógico foi a formação do soldado. E, a partir da Democracia, houve a busca da formação do sujeito crítico.
Assim, com base em uma perspectiva histórica, podemos perceber o movimento dos fatos. E, que mesmo com tantos percalços evoluímos sempre!
Estamos no século XXI: momento em que, muitas vezes, falta-nos tempo. A velocidade da história mudou e muda constantemente. Precisamos estar antenados, conectados, plugados, digitalizados, ATENTOS ao que nos rodeia.
No que se refere à Educação, novos diferenciais estão sendo anunciados. As informações são transmitidas, obtidas, resgatadas, reformuladas em fração de segundos, em tempo real, de um lado ao outro do mundo. Vivemos num emaranhado de vozes, sons, imagens, efeitos e máquinas e convivemos com pessoas que constantemente se reciclam, reorganizam-se, aprendem e inovam.
Nesse contexto, nasce o valor da CAPACIDADE e DO SABER FAZER PERGUNTAS INTELIGENTES e, com eles, a importância da reflexão, a ousadia centrada em fontes seguras, em conhecimentos que se tornam propriedade, competências.
CRIATIVIDADE lança-se como a palavra do século!
E as escolas? A Educação? A Pedagogia? A Ciência? Elas são, fazem, sentem, anunciam, promovem, conscientizam, pesquisam, oferecem, permitem, organizam, criticam, VIVEM todos esses elementos simultaneamente.
Educar é viver. Citando Rubem Alves: “O objetivo da aprendizagem é viver, não é preparar um futuro a ser vivido”. Sendo assim, vamos deixar de lado o medo, a insegurança, a nossa zona de conforto e ousar, descobrir novas possibilidades, refletir, reaprender, crescer, CRIAR.
As novas tecnologias não serão valiosas se não forem sentidas. Se nelas não colocarmos a criatividade (ato essencialmente humano) que as produz e promove, em benefício da História, da Ciência, da Educação, da qualidade do ato de aprender e ensinar, fazendo da escola a vida e da vida uma escola!
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*Luciane P. Cunha Rossi é Coordenadora Didático-Tecnológica do Colégio de Vinhedo, em Vinhedo (SP).
Pedagoga graduada pela Unicamp e especialista em Gestão Educacional.

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