terça-feira, 26 de junho de 2012


Teste Vocacional


ORAÇÃO PARA A HTPC

Senhor Jesus Cristo, no momento de fazermos nossa partilha compreendemos melhor que somos, em Vós, membros uns dos outros.
Dai-nos a graça de nos recolhermos perante Vossa Misteriosa Presença em nós.Pela educação, por onde nos haveis chamado, deste-nos, Senhor, o sentido do Amor: desejar e procurar o bem dos alunos.
Fazei que o amor fraterno una sempre os membros desta escola.
Fazei que nossa vocação não seja cega nem falsa.
Ajudai-nos a nos manifestar uns aos outros com caridade e lealdade.
Ajudai-nos a aceitar nossas falhas para que possamos superá-las.
Ajudai-nos, também, a contar nosso sucesso com humildade e lealdade, para que seja ocasião de ação de graças de todos a Vós,Senhor, para que fortaleçam os que duvidam, os que penam, os que vacilam.
Que esta partilha nos ajude a tomar consciência de nossas responsabilidades mútuas e sermos coerentes.
Amém.

FESTA DE ENCERRAMENTO DO SEMESTRE LETIVO DE 2012


A DIREÇÃO, FUNCIONÁRIOS, PROFESSORES E ALUNOS DA ESCOLA LICEU DO CRATO , TEM A GRATA SATISFAÇÃO DE CONVIDAR VOCÊ E SUA FAMÍLIA PARA A FESTA DE ENCERRAMENTO DO SEMESTRE LETIVO DE 2012. SERÁ SEXTA-FEIRA, DIA 29 DE JUNHO.
DESDE JÁ AGRADECEMOS SUA PRESENÇA.

"Precisamos contribuir para

criar a Escola que é

aventura que marca, que

não tem medo do risco, por

isso recusa o imobilismo. A

Escola em que se pensa,

em que se atua, em que se 

fala, em que se ama, se

adivinha, a Escola que

apaixonadamente diz SIM À

VIDA". 

(Paulo Freire)

sábado, 16 de junho de 2012


Como lidar com o aluno tímido

By Roseli Brito
A criança tímida pode ser tudo, menos um problema de indisciplina. Na verdade, ela é exatamente o oposto. Enquanto muitos de seus colegas trabalham duro para conseguir atenção, às vezes de forma turbulenta, a criança tímida batalha igualmente, no sentido de evitar o tumulto ou a bagunça. Temerosos de chamar a atenção para si mesmas, elas preferem se misturar com o grupo.
Mais espectador que participante, ela tende a sair de cena ao invés de encarar um confronto. Uma criança tímida pode ser mal interpretada pelos colegas, que geralmente a vê como hostil e conclui que ela não quer brincar ou relacionar-se com eles.
Na realidade, a criança tímida geralmente quer se envolver com seus colegas, mas não sabe como começar ou manter uma conversação.
Os professores também podem interpretar mal a criança tímida, confundindo sua relutância em interagir com o grupo como uma escolha. Os professores podem concluir que uma criança tímida é academicamente lenta, ou ainda que, por serem bem comportadas precisam de pouca atenção.
Embora seja verdade que uma criança tímida, muitas vezes seja um aluno aplicado, esta criança ou jovem frequentemente precisa de atenção do professor para estimulá-la e dar-lhe a confiança para amadurecer em seus relacionamentos.
O fato é que muitas vezes apenas nos concentramos naqueles que nos dão trabalho e trazem problemas, e negligenciamos os demais que estão quietinhos, sem darmos conta de que esses alunos estão enfrentando sérios problemas ligados a relacionamento e auto estima.
O que o Professor pode fazer:
Colocar o aluno tímido perto da mesa do Professor, pois isso permitirá que o aluno possa falar com mais facilidade sem preocupar-se com os demais colegas que estão atrás dele.
Coloque o aluno tímido ao lado de outro colega tímido, pois facilitará a ambos iniciar uma amizade e a interação.
Estabeleça constante contato com o aluno tímido. Quanto mais você for bem sucedido no desenvolvimento de uma relação de confiança com o aluno mais provável será que ele desenvolva a confiança necessária para relacionar-se com os seus pares. Tente encontrar tempo para fazer algumas atividades que a criança goste.
Fale reservadamente com o aluno tímido. Crianças tímidas precisam de prática em conversar com as pessoas. Mesmo pequenas conversas semanais acerca dos seus interesses os auxiliam a desenvolver habilidades sociais em uma zona de conforto segura.
Ensine sobre interação social. O ponto fraco das crianças tímidas é justamente a péssima interação social. Eles não sabem o que dizer, como se aproximar, como devem se portar, sobre o que e como devem falar sem parecerem ridículos . Assim, é preciso que eles sejam ensinados a praticarem pequenos gestos que os ajudem a desinibir e fazê-los sentirem-se seguros na presença de outras pessoas tais como: olhe sempre para o rosto da pessoa que estiver conversando, sempre sorria, ofereça ajuda, agradeça, faça elogios, não tema aproximar-se.
Fazendo Amigos. A falta de traquejo social faz com que os alunos tímidos tenham poucos ou nenhum amigo, por esta razão estão sempre isolados e são sempre vistos sozinhos. Esses alunos querem se envolver com os demais colegas, mas preferem isolar-se e preservarem-se de serem ridicularizadas pois assim é menos doloroso.
Se você tem alunos nesta condição está na hora de começar a dar uma mãozinha e promover a interação entre os alunos para que as famosas “ panelinhas” sejam quebradas e todos tenham chances iguais de se conhecerem e se relacionarem. Organize os grupos de forma que esses alunos possam interagir com outros colegas que tenham os mesmos interesses. Agrupe pares, com um aluno tímido e um mais descolado para desenvolver atividades mais divertidas, assim o tímido tem a chance de ser auxiliado pelo parceiro e vice versa. Atividades assim reforçam a cumplicidade e companheirismo.
Dando um empurrão extra. É fato que crescemos quando somos desafiados a sair da nossa zona de conforto. Assim, será necessário uma vez ou outra, submeter esses alunos a situações com certo limite de desconforto e ansiedade. Alunos tímidos não gostam de realizar apresentações em público porque não se sentem confortáveis em falar para uma platéia, no entanto depois que você tiver desenvolvido todas as dicas acima, é o momento de começar a propor desafios deste tipo. Afinal, o propósito é ajudar essas crianças a superarem a barreira do medo e da insegurança.
Quando os Amigos isolam o colega que é tímido:
Todas as crianças precisam de uma conexão com seus pares. Para aqueles que estão à margem da sociedade, a escola traz amargas lembranças de um período em que foram rejeitados e sofreram isolamento social .
Você já teve dificuldade em encontrar um parceiro para um trabalho em grupo? Nunca era escolhido para uma brincadeira ou um jogo? Tinha apenas alguns poucos colegas para brincar no intervalo? Costumava tomar o lanche sozinho ?
Além do efeito que tal isolamento tem sobre a auto-estima da criança, ele também pode ter um impacto significativo sobre a sua adaptação escolar.
A criança que fica isolada tem negada, não apenas, as oportunidades de aprender as habilidades necessárias para desenvolver e manter amizades, bem como, tem o seu desempenho escolar afetado, já que sua saúde emocional fica comprometida. Não é de surpreender que as crianças que se sentem isoladas de seus pares tendem a ter cada vez mais problemas sociais e acadêmicos à medida que envelhecem.
O que o Professor pode fazer:
Procure saber porque a criança está isolada. Encontre tempo para observar o aluno em diferentes contextos, como no horário do lanche, na entrada, na saída, na quadra, no pátio, corredores, etc. Converse com os pais da criança e professores do ano anterior. A informação que você recebe pode ajudá-lo a determinar se as dificuldades do aluno estão relacionadas a questões de timidez, prepotência, agressividade, aparência, higiene. Você não faz idéia de como as crianças e jovens podem ser cruéis e isolar um colega por motivos banais e até mesmo inexplicáveis.
Crie intervenções junto aos Colegas.
o Ofereça atividades para integração de todos os alunos
o Crie projetos onde seja trabalhado a cooperação
o Levante os pontos fortes, talentos e habilidades de todos os alunos e faça-os compartilhar, assim todos verão uns aos outros sob outra perspectiva
Crie intervenções junto ao Aluno.
o Converse com o aluno e ofereça ajuda
o Peça para o aluno listar os pontos fortes
o Listar as situações em que utilizou os pontos fortes
o Peça para o aluno listar os pontos fracos
o Peça para o aluno listar os problemas que está enfrentando devido a isso
o Peça para o aluno listar que tipo de ajuda gostaria de receber
o Dê orientações, dicas, sugestões
Crie intervenções junto aos Pais. Encoraje os pais dos alunos tímidos para estimular e ajudar a nutrir os relacionamentos do filho com os colegas. Você pode sugerir aos pais que abram o lar para receber os colegas do filho. Dê-lhes idéias de como estruturar essas visitas, inclusive convidando apenas uma criança de cada vez e proporcionando uma atividade atraente para a primeira visita. Exemplo: Passar um final de semana, ir assistir um vídeo (sessão Pipoca), Fazer uma Noite do Pijama (para as meninas). Depois essas visitas podem serem transformadas em Passeios, Festas, Viagens.
Alunos quietinhos não dão problemas, então porque ater-se tanto a eles? Por não causarem transtornos, ou nunca estarem envolvidos em questões de indisciplina esses alunos são comumente invisíveis aos nossos olhos, mas são esses alunos que tornam-se desajustados socialmente.
Alerto que estas situações de isolamento levam várias crianças e jovens a desgostarem de si mesmas ou da vida, encaminhando-as a praticarem a auto mutilação e até mesmo a cometerem o suicídio. Por isso fique atenta aos sinais de ferimentos nos braços, pulsos e pescoço.
Por isso, na próxima vez que você ver um aluno quietinho em um canto, sozinho, afastado dos demais, lembre-se ele não dá trabalho na sala de aula, mas ele precisa que alguém se dê ao trabalho de importar-se com ele.

Indisciplina: O que Fazer ?

By Roseli Brito
No artigo anterior abordei uma questão muito séria que é vivenciada diariamente dentro das salas de aula de todo o país: a indisciplina e desrespeito dos alunos para com os Professores, funcionários da Escola e com os próprios colegas de classe.
Foi relatado também que a indisciplina é legitimada e autorizada pelos meios de comunicação com programas permissivos e principalmente por pais negligentes. Dentro deste cenário frouxo e tão flexível onde prevalece e se dá bem sempre aquele que tem o perfil mais “descolado” e por “descolado”, leia-se “ o mais indisciplinado, arrogante, grosseiro e mal educado”, é de se esperar que a moeda chamada “caráter”, “ valores morais”, esteja tão difícil de ser encontrada e por esta razão Professores do país inteiro se veem sem estratégias para combater esse mal.
Infelizmente, a falta de estratégia está potencializando o problema da indisciplina e a legitimando dentro da Escola. Isso mesmo! Os próprios Professores estão, inadvertidamente, potencializando a indisciplina quando assumem algumas posturas , acreditando que estão combatendo o problema:
0) Gritar, advertir, enviar para Coordenação e aplicar suspensão continuamente, o que acaba banalizando a situação de tal modo que muitos alunos já nem se importam mais e até debocham disputando, uns com os outros, quem terá mais suspensões no final do bimestre.
1) Tratar a questão com indiferença e fazer de conta que não se importa e deixar “rolar”
O ser humano tem vários mecanismos de defesa para “blindar” o emocional e preservar a sua integridade quer seja física, psicológica, etc. Um deles é ignorar determinadas situações, tratando-as como de menor importância e significado tentando assim minimizar o impacto que as mesmas provocam. É uma estratégia também para fazer com que o outro acredite que o que está fazendo não o está afetando.
Porque não funciona? Na verdade ela funciona sim, mas de modo inverso: esta postura diz “ continuem fazendo, pois não moverei um dedo para impedir, estou muito cansada para perder o meu tempo com vocês”. Para os que querem estudar e esperam que você faça algo esta postura também fala e diz o seguinte: “ quanto a vocês, conformem-se, pois não posso fazer nada”. Ou seja: os dois grupos são deixados a revelia.
2) obrigar os pais e alunos, por meios legais ou com medidas enérgicas e ameaças a tomar providências
Não fazer nada é quase tão nocivo quanto abertamente declarar guerra. Entrar em confronto direto é o pior dos cenários, pois medir forças não leva a solução dos problemas, já que os envolvidos estão apenas preocupados em apontar culpados e levantar justificativas isentando-se assim das responsabilidades que lhe cabem.
O real enfrentamento dos problemas só ocorre quando todos abrem-se para negociar a questão e para isso é preciso aceitar fazer concessões e estarem abertos para fazerem mudanças, acatarem novas perspectivas e aceitarem novas direções, isso exige humildade e maturidade. Será que os Pais dos seus alunos estão nesse nível ? Será que você está ?
3) não fazer nada e esperar outros tomarem atitude
“ Vamos esperar que os Pais façam alguma coisa !” “Vamos esperar que o Diretor expulse esse aluno!” “ Vou esperar que o Coordenador aplique uma suspensão no aluno ! “ “Vou esperar a aposentadoria chegar e então eu me livro de tudo isso.”
Quando a “lei do mínimo esforço” entra em ação além de potencializar a indisciplina já existente ainda cria alunos procrastinadores e preguiçosos. Esta postura revela um comportamento medíocre e incita os alunos a fazerem algo.
4) mudar de profissão devido ao esgotamento nervoso
Muitos Professores chegam nesta condição quando já percorreram as situações descritas nos itens 0, 1, 2 e 3. Tudo isso por quê? Falta de ferramentas adequadas para lidar : com alunos, com o sistema educacional, com as famílias, com alunos infratores, com a violência no entorno das Escolas e um sem número de situações que envolve o ato de educar e de ser Educador.
Quero que você faça a seguinte reflexão: Médicos e Enfermeiros que tratam pacientes terminais com o vírus HIV precisam tomar as devidas precauções para não se infectarem com o vírus, para isso há vários procedimentos que precisam ser seguidos para que não haja contágio e assim é em várias profissões e situações.
O Educador também lida com situações de alta periculosidade para sua saúde física, mental e emocional, então porque não ter procedimentos ? Por quê entrar desavisadamente na sala de aula ?
Infelizmente, estas são as posturas mais comuns utilizadas no dia a dia dentro da Escola, onde vários Professores acreditam estar combatendo a indisciplina na sala de aula, o fato é que a indisciplina em muitos casos até piora. O que fazer então ?
5) criar estratégias para minimizar, contornar ou corrigir uma situação
Estratégias só poderão ser criadas quando temos as ferramentas corretas para tal. Isso só ocorre quando buscamos o conhecimento e adquirimos novos aprendizados, que extrapolam o diploma universitário.
Veja abaixo algumas sugestões de novos caminhos que o Professor precisa trilhar para adquirir essas novas ferramentas:
- aprender como desenvolver um gerenciamento efetivo da sala de aula envolvendo tempo, rotina, disciplina e consequência
- aprender e dominar práticas de ensino diversificadas
- implementar procedimentos didáticos e metodológicos em todas as aulas
- aprofundar conhecimentos sobre o funcionamento/interesses de cada faixa etária
- ao lidar com jovens e adultos aprender sobre pressupostos da Andragogia
- aprender sobre mediação de conflitos e criar grupos em cada turma
- levar os conflitos do dia a dia da Escola e/ou Comunidade para debate em sala
- ter coerência nas ações e respeito entre os membros da equipe escolar
- priorizar e participar da educação continuada dentro e fora da Escola
- solicitar orientação individual quando necessário
- aceitar ser cobrado e responsabilizado pelo cumprimento e/ou negligência dos seus deveres
- mobilizar entidades de classe para que incluam na pauta de reivindicações alteração na legislação existente, prevendo sanções e penalidades severas para alunos e Pais que tratarem com desrespeito o Professor e que estejam impedindo o Professor de realizar o seu trabalho.
O Professor não é o vilão e também não é o “salvador da pátria “. Cabe ao Professor guiar, apontar caminhos. Todos seguirão ? NÃO ! Porém é preciso que os alunos saibam que você está acima da mediocridade.
O maior inimigo do Professor não é a indisciplina e nem o aluno. O maior inimigo é a ingenuidade de acreditar que é possível entrar em uma sala de aula e educar apenas com o diploma nas mãos.

segunda-feira, 11 de junho de 2012



7 erros do professor em sala de aula

Confira como evitar atividades sem foco ou morosas, que roubam um procioso tempo da aprendizagem

Ilustração: Orlandeli1. Utilizar o tempo de aula para corrigir provas

O problema Deixar a turma sem fazer nada ao corrigir exames ou propor que os alunos confiram as avaliações.

A solução Nesse caso, o antídoto é evitar a ação. Corrigir provas é tarefa do educador, para que ele possa aferir os pontos em que cada um precisa avançar. E o momento certo para isso é na hora-atividade.

Ilustração: Orlandeli
2. Exigir que todos falem na socialização
O problema Durante um debate, pedir que todos os estudantes se manifestem, gerando desinteresse e opiniões repetitivas.

A solução 
O ideal é fazer perguntas como "Alguém tem opinião diferente?" e "E você? Quer acrescentar algo?". Assim, as falas não coincidem e os alunos são incentivados a ouvir e a refletir.

Ilustração: Orlandeli
3. Não desafiar alunos adiantados

O problema Crianças que terminam suas tarefas ficam ociosas ao esperar que os demais acabem. Além de perder uma chance de aprender, atrapalham os colegas que ainda estão trabalhando.

A solução 
Ter uma segunda atividade relacionada ao tema da primeira para contemplar os mais rápidos.

Ilustração: Orlandeli
4. Colocar a turma para organizar a sala

O problema A arrumação de carteiras e mesas para trabalhos em grupo e rodas de leitura acaba tomando uma parte da aula maior do que das atividades em si.

A solução 
Analisar se a mudança na disposição do mobiliário influi, de fato, no aprendizado. Em caso positivo, vale programar arrumações prévias à aula.

Ilustração: Orlandeli
5. Falar de atualidades e esquecer o currículo

O problema Abordar o assunto mais quente do momento por várias aulas, o que pode sacrificar o tempo dedicado ao conteúdo.

A solução 
Dosar o espaço das atualidades e contextualizar o tema. Em Geografia, por exemplo, pode-se falar de deslizamentos de terra relacionando-os aos tópicos de geologia.

Ilustração: Orlandeli
6. Realizar atividades manuais sem conteúdo
O problema Pedir que os alunos façam atividades como lembrancinhas para datas comemorativas sem nenhum objetivo pedagógico.

A solução 
Só propor atividades manuais ligadas a conteúdos curriculares - nas aulas de Artes, por exemplo, para estudar a colagem como um procedimento artístico.

Ilustração: Orlandeli
7. Propor pesquisas genéricas

O problema Pedir trabalhos individuais sobre um tema sem nenhum tipo de subdivisão. Como resultado, surgem produções iguais e, muitas vezes, superficiais.

A solução 
Dividir o tema em outros menores e com indicações claras do que pesquisar. Isso proporciona investigações mais profundas e dinamiza a socialização.

Resta lembrar que nem tudo o que foge ao planejamento é perda de tempo. Questionamentos, por exemplo, são indícios de interesse no assunto ou de que um ponto precisa ser esclarecido. "Para esse tipo de desvio de rota, vale, sim, abrir espaço. Afinal, são atividades reflexivas e que auxiliam na aprendizagem", afirma Cristiane Pelissari, formadora da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo.
Quer saber mais?

1. O que é bullying? Confira a definição

Bullying é uma situação que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas. O termo bullying tem origem na palavra inglesa bully, que significa valentão, brigão. Mesmo sem uma denominação em português, é entendido como ameaça, tirania, opressão, intimidação, humilhação e maltrato.

"É uma das formas de violência que mais cresce no mundo", afirma Cléo Fante, educadora e autora do livro Fenômeno Bullying: Como Prevenir a Violência nas Escolas e Educar para a Paz (224 págs., Ed. Verus, tel. (19) 4009-6868 ). Segundo a especialista, o bullying pode ocorrer em qualquer contexto social, como escolas, universidades, famílias, vizinhança e locais de trabalho. O que, à primeira vista, pode parecer um simples apelido inofensivo pode afetar emocional e fisicamente o alvo da ofensa.
Além de um possível isolamento ou queda do rendimento escolar, crianças e adolescentes que passam por humilhações racistas, difamatórias ou separatistas podesm apresentar doenças psicossomáticas e sofrer de algum tipo de trauma que influencie traços da personalidade. Em alguns casos extremos, o bullying chega a afetar o estado emocional do jovem de tal maneira que ele opte por soluções trágicas, como o suicídio.

20 qualidades do professor ideal

Ao listar características de bons professores, o Referencial para o Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente reconhece que nem todos podem ser avaliados por provas

O docente ideal:
1. Domina os conteúdos curriculares das disciplinas.
2. Tem consciência das características de desenvolvimento dos alunos.
3. Conhece as didáticas das disciplinas.
4. Domina as diretrizes curriculares das disciplinas.
5. Organiza os objetivos e conteúdos de maneira coerente com o currículo, o desenvolvimento dos estudantes e seu nível de aprendizagem.
6. Seleciona recursos de aprendizagem de acordo com os objetivos de aprendizagem e as características de seus alunos.
7. Escolhe estratégias de avaliação coerentes com os objetivos de aprendizagem.
8. Estabelece um clima favorável para a aprendizagem.
9. Manifesta altas expectativas em relação às possibilidades de aprendizagem de todos.
10. Institui e mantém normas de convivência em sala.
11. Demonstra e promove atitudes e comportamentos positivos.
12. Comunica-se efetivamente com os pais de alunos.
13. Aplica estratégias de ensino desafiantes.
14. Utiliza métodos e procedimentos que promovem o desenvolvimento do pensamento autônomo.
15. Otimiza o tempo disponível para o ensino.
16. Avalia e monitora a compreensão dos conteúdos.
17. Busca aprimorar seu trabalho constantemente com base na reflexão sistemática, na autoavaliação e no estudo.
18. Trabalha em equipe.
19. Possui informação atualizada sobre as responsabilidades de sua profissão.
20. Conhece o sistema educacional e as políticas vigentes.
Fonte: Adaptado de Referenciais para o Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente - Documento para Consulta Pública, MEC/Inep.

Como buscar os melhores profissionais para a sala de aula

Painel de especialistas organizado pela Fundação Victor Civita aponta oito caminhos para atrair bons candidatos para a docência

Para apontar saídas para a crise de atratividade da carreira docente, a Fundação Victor Civita (FVC) e a Fundação Carlos Chagas (FCC) reuniram 17 especialistas de diversas áreas da Educação. O resultado foi um rico conjunto de ideias, reunidos em oito proposições práticas para que seja possível selecionar - e manter na sala de aula - os melhores candidatos do Ensino Médio. 

1. Oferecer salários iniciais mais altos Em comparação com outras profissões que exigem curso superior, a docência ainda ostenta as piores médias salariais (veja gráfico abaixo). A conta é simples: como ocorre em qualquer outra ocupação, se a remuneração não compensa, os melhores candidatos podem se afastar. "Aumentar os salários é uma medida que pode fazer efeito a longo prazo, pois atrairá os melhores alunos do Ensino Médio para a carreira", recomenda o economista Naércio Menezes Filho, da Universidade de São Paulo (USP). A dificuldade mais evidente é que a recuperação salarial de toda a categoria exigiria um alto investimento do governo. Também seria preciso aprofundar a opção pela Educação Básica, pois hoje o Ensino Superior recebe proporcionalmente muito mais recursos - cada aluno de Universidade custa, em média, seis vezes mais do que um aluno de 1ª a 4ª série. 
Ainda é pouco
Na comparação salarial com outras profissões de formação superior, a docência segue perdendo
Ainda é pouco
* Entre os profissionais da Educação Básica. Fonte: Pesquisa Professores do Brasil: Impasses e Desafios, com base em dados da Pnad 2006.

2. Propor bons planos de carreira 
Em geral, as carreiras docentes no Brasil têm uma progressão muito burocrática, com promoções baseadas quase exclusivamente no tempo de serviço. União, Estados e municípios precisam criar caminhos para o docente evoluir sem ter de sair da sala de aula e virar coordenador, diretor ou formador, como ocorre hoje.

3. Melhorar as condições de trabalho 
A falta de condições diz respeito tanto à estrutura material da escola quanto à dinâmica no ambiente escolar, onde a violência é um dos problemas mais graves (veja o gráfico na página seguinte). Um local de trabalho agradável motiva os docentes a seguir ensinando. A solução passa por investimentos na recuperação e melhoria da infraestrutura e na preparação adequada de gestores e professores para se aproximar da comunidade, garantindo que todos aprendam e respeitem o papel social da escola e seu espaço.

Ambiente ruim 
Percepção de violência afugenta professores em potencial
Ambiente ruim
* Entre 1.768 professores e funcionários de escolas de Belém, Distrito Federal, Porto Alegre, Salvador e São Paulo. Fonte: pesquisa Cotidiano das Escolas: Entre Violências (Unesco, 2006)

4. Focar a formação em serviço nas dificuldades em sala 
Apesar de o Brasil investir muito em formação continuada, falta considerar o que o corpo docente de cada instituição deve aprender. "Muitas vezes, não se sabe quem é o professor, qual sua formação e o que ele precisa para melhorar sua prática", diz Maria Auxiliadora Rezende, ex-presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed). Uma alternativa é planejar atuações dentro da escola e não só em cursos externos. Nesse aspecto, os coordenadores pedagógicos têm um papel central: são eles que identificam os desafios e planejam a formação.

5. Oferecer uma boa experiência escolar Se o estudante consegue aprender e tem uma boa relação com professores e colegas, tende a pensar mais na possibilidade de escolher a docência. "Precisamos de bons exemplos sobretudo na rede pública, pois é de lá que atualmente vem a maioria dos professores", avalia Marli Eliza de André, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

6. Melhorar a formação inicial 
Muitos docentes abandonam a carreira pela frustração de não ajudar os alunos a aprender. As deficiências de formação, que começam na Educação Básica, se aprofundam nas Licenciaturas e nos cursos de Pedagogia - segundo pesquisa FVC/FCC de 2008, apenas 28% das disciplinas da grade curricular se destinam à formação profissional específica. A mudança passa pela transformação dos currículos das graduações de Educação, com mais espaço para as didáticas específicas.

7. Resgatar o valor do professor na sociedade 
Por mais evidentes que sejam os problemas relacionados à docência, é necessário tentar equilibrar a cobertura midiática sobre a precariedade do ensino com iniciativas positivas para não desmotivar os futuros candidatos. Pouco adianta enfatizar problemas sem demonstrar possíveis saídas para sua solução. Uma alternativa é ampliar a divulgação dos prêmios existentes, disseminando iniciativas que merecem reconhecimento e podem ser adotadas como modelo.

8. Tratar o professor como profissional 
A ideia é desmontar a noção de que a docência exige um dom e um sacrifício próximos do sacerdócio - trata-se de uma impressão disseminada entre os jovens, como mostra a sondagem da FVC/FCC. Não bastam atenção, paciência e boa vontade. É preciso reforçar o saber específico que o profissional possui: o conhecimento didático e o controle das ferramentas pedagógicas, algo que se constrói não apenas na graduação, mas ao longo de toda a trajetória profissional.

Um terço dos jovens pensou em ser professor, mas desistiu
Ilustração: Mario Kanno
Ilustrações: Mario Kanno
O estudo indica ainda que a docência não é abandonada logo de cara no processo de escolha profissional. No total, 32% dos estudantes entrevistados cogitaram ser professores em algum momento da decisão. Mas, afastados por fatores como a baixa remuneração (citado nas respostas por 40% dos que consideraram a carreira), a desvalorização social da profissão e o desinteresse e o desrespeito dos alunos (ambos mencionados por 17%), acabaram priorizando outras graduações. O resultado é que, enquanto Medicina e Engenharia lideram as listas de cursos mais procurados, os relativos à Educação aparecem bem abaixo (leia os gráficos na página ao lado).

Um recorte pelo tipo de instituição dá mais nitidez a outra face da questão: o tipo de aluno atraído para a docência. Nas escolas públicas, a Pedagogia aparece no 16º lugar das preferências. Nas particulares, apenas no 36º. A diferença também é grande quando se consideram alguns cursos de disciplinas da Escola Básica. Educação Física, por exemplo, surge em 5º nas públicas e 17º nas particulares. "Essas informações evidenciam que a profissão tende a ser procurada por jovens da rede pública de ensino, que em geral pertencem a nichos sociais menos favorecidos", afirma Bernardete. De fato, entre os entrevistados que optaram pela docência, 87% são da escola pública. E a grande maioria (77%), mulheres.

O perfil é bastante semelhante ao dos atuais estudantes de Pedagogia. De acordo com o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) de Pedagogia, 80% dos alunos cursaram o Ensino Médio em escola pública e 92% são mulheres. Além disso, metade vem de famílias cujos pais têm no máximo a 4ª série, 75% trabalham durante a faculdade e 45% declararam conhecimento praticamente nulo de inglês. E o mais alarmante: segundo estudo da consultora Paula Louzano, 30% dos futuros professores são recrutados entre os alunos com piores notas no Ensino Médio. O panorama desanimador é resumido por Cláudia*, aluna de escola pública em Feira de Santana, a 119 quilômetros de Salvador: "Hoje em dia, quase ninguém sonha em ser professor. Nossos pais não querem que sejamos professores, mas querem que existam bons professores. Assim, fica difícil".

Faltam bons candidatos
A baixa procura contrasta com a falta de docentes com formação adequada 
Ilustração: Mario Kanno

Ser professor: uma escolha de poucos

Nos últimos anos, tornou-se comum a noção de que cada vez menos jovens querem ser professores. Faltava dimensionar com mais clareza a extensão do problema. Um estudo encomendado pela Fundação Victor Civita (FVC) à Fundação Carlos Chagas (FCC) traz dados concretos e preocupantes: apenas 2% dos estudantes do Ensino Médio têm como primeira opção no vestibular graduações diretamente relacionadas à atuação em sala de aula - Pedagogia ou alguma licenciatura (leia o gráfico abaixo).
Uma profissão desvalorizada
Só 2% dos entrevistados pretendem cursar Pedagogia ou alguma Licenciatura, carreiras pouco cobiçadas por alunos das redes pública e particular
Ilustração: Mario Kanno
Fonte: Pesquisa Atratividade da Carreira Docente no Brasil (FVC/FCC)

A pesquisa, que ouviu 1.501 alunos de 3º ano em 18 escolas públicas e privadas de oito cidades, tem patrocínio da Abril Educação, do Instituto Unibanco e do Itaú BBA e contou ainda com grupos de discussão para entender as razões da baixa atratividade da carreira docente. Apesar de reconhecerem a importância do professor, os jovens pesquisados afirmam que a profissão é desvalorizada socialmente, mal remunerada e com rotina desgastante (leia as frases em destaque).

"Se por acaso você comenta com alguém que vai ser professor, muitas vezes a pessoa diz algo do tipo: 'Que pena, meus pêsames!'"
Thaís*, aluna de escola particular em Manaus, AM

"Se eu quisesse ser professor, minha família não ia aceitar, pois investiu em mim. É uma profissão que não dá futuro."
André*, aluno de escola particular em Campo Grande, MS

* Os nomes dos alunos entrevistados foram alterados para preservar a confidencialidade da pesquisa


O Brasil já experimenta as consequências do baixo interesse pela docência. Segundo estimativa do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), apenas no Ensino Médio e nas séries finais do Ensino Fundamental o déficit de professores com formação adequada à área que lecionam chega a 710 mil (leia o gráfico ao lado). E não se trata de falta de vagas. "A queda de procura tem sido imensa. Entre 2001 e 2006, houve o crescimento de 65% no número de cursos de licenciatura. As matrículas, porém, se expandiram apenas 39%", afirma Bernardete Gatti, pesquisadora da Fundação Carlos Chagas e supervisora do estudo. De acordo com dados do Censo da Educação Superior de 2009, o índice de vagas ociosas chega a 55% do total oferecido em cursos de Pedagogia e de formação de professores.