UMA PESCARIA INESQUECÍVEL!
James P. Lenfestey
Ele tinha apenas oito anos e, a cada oportunidade que surgia, seu pai o
levava para pescar no cais próximo ao chalé da família, numa ilha que
ficava em meio a um lago.
A temporada de pesca só começaria no dia seguinte, mas
pai e filho saíram no fim da tarde para pegar apenas peixes cuja captura
estava liberada. O menino amarrou uma isca e começou a praticar
arremessos, provocando ondulações coloridas na água.
Logo, elas se tornaram prateadas pelo efeito da lua nascendo sobre o
lago. Quando o caniço vergou, ele soube que havia algo enorme do outro
lado da linha. O pai olhava com admiração, enquanto o garoto habilmente,
e com muito cuidado, erguia o peixe exausto da água. Era o maior que já
tinha visto, porém sua pesca só era permitida na temporada.
O garoto e o pai olharam para o peixe,
tão bonito, as guelras movendo para trás e para frente. O pai, então,
acendeu um fósforo olhou para o relógio. Pouco mais de dez da noite...
Ainda faltavam quase duas horas para a abertura da temporada. Em
seguida, olhou para o peixe e depois para o menino, dizendo:
- Você tem que devolvê-lo, filho! - Mas, papai, reclamou o menino.- Não tão grande quanto este, choramingou a criança. O garoto olhou à volta do lago.
Não havia outros pescadores ou embarcações à vista. Voltou novamente o olhar para o pai. Mesmo sem ninguém por perto, sabia, pela firmeza em sua voz, que a decisão era inegociável.
Devagar, tirou o anzol da boca do enorme peixe e o devolveu à água
escura O peixe movimentou rapidamente o corpo e desapareceu. Naquele
momento, o menino teve certeza de que jamais pegaria um peixe tão grande
quanto aquele.
Isso aconteceu há trinta e quatro anos. Hoje, o
garoto é um arquiteto bem-sucedido. O chalé continua lá, na ilha no
meio do lago, e ele leva seus filhos para pescar no mesmo cais.
Sua intuição estava correta. Nunca mais conseguiu pescar um peixe tão maravilhoso como o daquela noite.
Porém, sempre vê o mesmo peixe todas as vezes que depara com uma questão MORAL.
Porque, como o pai lhe ensinou, a MORAL é simplesmente uma questão de
CERTO e ERRADO. Agir corretamente, quando se está sendo observado, é uma
coisa.
A MORAL, porém, está em agir corretamente quando ninguém está nos
observando. Essa conduta reta só é possível quando, desde criança,
aprendeu-se a devolver o PEIXE À ÁGUA.
A boa educação é como uma moeda de ouro:
TEM VALOR EM TODA PARTE!
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